quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Estado e empresas a favor da Segurança Pública

Estado e empresas a favor da Segurança Pública


*Irenaldo Pereira Lima

O Brasil enfrenta problemas diários ligados à segurança. As instituições públicas, que deveriam assegurar a integridade física e moral do cidadão – direito garantido pela Constituição –, muitas vezes, são falhas. Infelizmente o poder público não consegue controlar a criminalidade e possui um quadro de funcionários insuficiente, se comparado ao esquadrão de criminosos. Com o dever de defender a população, os bens públicos e manter a ordem social, a polícia se encontra sobrecarregada. A solução para amenizar esses problemas está na integração da segurança pública com a privada.

Essa integração se dá por meio da intervenção e fiscalização do Estado com a presença, a mão de obra e a expertise da iniciativa privada, mediante contrato, para a manutenção, controle ou provimento de serviços. No caso da segurança pública, a integração público-privada têm auxiliado as autoridades a garantir mais segurança à população. Graças ao auxílio das empresas privadas de segurança, o Estado tem conseguido fazer monitoramento eletrônico, instalar alarmes, receber denúncias de vigilantes que presenciam ocorrências suspeitas, dentre vários outros serviços que facilitam o trabalho da polícia.

No Distrito Federal, os benefícios dessa integração público-privada podem ser exemplificados pela realização do projeto piloto de sucesso no Posto Policial de Planaltina. O 14º Batalhão da Polícia Militar, em parceria com o Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sistemas de Segurança Eletrônica, Cursos de Formação e Transporte de Valores no Distrito Federal (Sindesp-DF), contratou uma empresa de segurança para fazer o monitoramento eletrônico e a instalação de alarmes no local. Com essa iniciativa, os policiais podem fazer rondas com mais frequência na comunidade, sem se preocupar com a depredação do patrimônio da corporação. Além disso, se um morador quiser fazer uma denúncia, a empresa entra em contato com a polícia e avisa que há um cidadão esperando para fazer uma ocorrência.

Outra vantagem é a economia. Em vez de se contratar quatro policiais – dois para cuidar do posto policial e outros dois para fazer a ronda –, será necessário apenas a contratação de um vigilante e da instalação do sistema de monitoramento eletrônico. O custo do contrato é bem menor e mais vantajoso.

A integração do setor público com o privado também está presente na segurança dos jogos em estádios, seja por meio da contratação de homens para fazer a segurança interna seja pelo uso do Circuito Interno de TV. O serviço é uma exigência da Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA), com o intuito de garantir comodidade e proteção aos torcedores e jogadores. O efetivo da polícia faz a segurança externa do estádio e redondezas, e uma empresa privada cuida do interior, com a presença de vigilantes e o uso do circuito interno de TV. Caso a situação saia do controle e dos limites de atuação da conveniada, a polícia é convocada a intervir.

Em algumas cidades do país - como Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR) –, é comum encontrar monitoramento eletrônico nas ruas, por câmeras de filmagens distribuídas em locais estratégicos. Em boa parte dos casos, os serviços são oferecidos por empresas privadas em parceria com as prefeituras locais. As filmagens colaboram no trabalho da polícia e promovem a segurança, principalmente nas áreas comerciais. Nesta forma de integração, as empresas conveniadas comunicam qualquer anormalidade às unidades policiais, que se encaminham ao local, além de auxiliar no reconhecimento de criminosos.

As instituições de segurança pública, infelizmente, não conseguem atender todas as demandas relacionadas à manutenção da segurança, zelar pelo patrimônio público e garantir o bem estar da população. Por isso, o auxílio das empresas privadas se faz necessário. Com o uso da tecnologia e a ajuda no efetivo, há a distribuição das funções, eliminando, assim, a sobrecarga das instituições públicas.

* Presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sistemas de Segurança Eletrônica, Cursos de Formação e Transporte de Valores no Distrito Federal (SINDESP/DF)

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